Novo patrocinador do Corinthians tem irregularidades fiscais e é alvo de investigação, diz portal
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Por Meu Timão
Reprentantes da Pixbet anunciaram o novo patrocínio em ruas paralelas à famos Times Square
Reprodução / Pixbet
O Corinthians tem um novo patrocinador para a região das omoplatas da camisa da equipe principal masculina. O anúncio do novo parceiro foi feito nesta quinta-feira, inclusive com divulgação em ruas paralelas à Times Square, praça famosa em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A empresa, no entanto, não segue à risca as leis fiscais de casas de apostas no país e é acusada por especialistas de atividades ilegais no ramo que "inflacionam" o mercado de apostas, segundo matéria do The Intercept Brasil.
Em reportagem publicada em abril, pelo The Intercept Brasil, a empresa Pixbet teve seu histórico esmiuçado, revelando possíveis irregularidades e acusações pesadas de atividade ilícita dos operadores durante sua existência. Vale lembrar, a empresa esteve na camisa de dez dos 40 clubes de Série A e B.
O Meu Timão destaca aqui os principais pontos da matéria investigativa sobre a nova patrocinadora do clube, que já havia sido antecipada pelo portal nesta quarta-feira e substituiu a casa de apostas Galera.Bet que patrocinava não só o masculino como o feminino e outras modalidades no clube. Não foram revelados ainda os valores oficiais do patrocínio e a presença ou não em outras equipes do Timão.
Passado nebuloso
A Pixbet é hoje uma das emprestas que mais investe dinheiro em patrocínio esportivo, mas já teve outros nomes durante sua existência. O nome é usado por Ernildo Farias, um dos proprietários da companhia, desde 2018. No ramo desde o início dos anos 2000, o empresário criou em 2012 a Futebol Fácil, que operava bancas de apostas ilegais no Nordeste e se aproveitava das cotações oferecidas pela Sportingbet, usando também da marca da empresa para fins de atração de público - atividade considerada ilegal no Brasil.
Em novembro de 2015, Farias chegou a abrir uma banca da empresa Futebol Fácil na Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro. O negócio operou até ele ser pego em flagrante explorando jogos de azar, em 2016. Hoje, quem é flagrado nessa atividade é encaminhado à delegacia e, depois, à justiça. Mas por se tratar de uma contravenção penal, e não um crime, as punições não costumam ir além de lavratura de termo circunstanciado, revelou a reportagem.
Como não são obrigadas a oferecer histórico de para quem pagam e de quem recebem, casas de aposta no país são frequentemente investigadas e aptas a realizarem lavagem de dinheiro. Segundo o portal, um ex-apostador alegou ter sofrido um golpe da Futebol Fácil, que afirmou que a empresa recebia depósitos bancários na conta de parentes de Farias ou de empresas registradas no nome de familiares em agências de Campina Grande, similar ao que foi acusado a Pixbet na reportagem.
Problemas fiscais
Casas de aposta no Brasil operam desde 2018 em uma "zona cinzenta" da legislação já que um decreto do ex-presidente Michel Temer autorizou a operação das casas de aposta no país, mas não regulamentou este modelo. Casas que operam no país têm sedes em paraísos fiscais espalhados pelo mundo que permitem os "jogos de azar".
A regulamentação, no entanto, não foi feita e as regras em cima do jogo são estabelecidas apenas como proibição de existirem em território brasileiro. A reportagem revela que a Pixbet teve transações através de pessoas jurídicas dentro do Brasil, com operações em Campina Grande, na Paraíba.
Causou estranheza que apenas em 2021, a empresa teve três sedes diferentes registradas no rodapé do site oficial, em dois países distintos.
Especialistas condenam
A Pixbet é a maior patrocinadora do futebol da Paraíba, região de Farias. O Campeonato Paraibano é patrocinado e seis dos 10 clubes da primeira divisão também. Os patrocínios no futebol custam mais de R$ 50 milhões anuais à Pixbet, apenas com os contratos revelados com Flamengo, Vasco, Santos e Cruzeiro.
O valor acima da média do mercado passou a ser visto com desconfiança por quem está no meio. Um entrevistado que trabalha nesta indústria das apostas esportivas pediu para não ser identificada temendo retaliações fez análise do caso.
“É uma empresa que está inflacionando o mercado por oferecer valores exorbitantes para vários clubes e que outros sites não conseguem pagar. Há desconfiança de que esses altos valores sejam decorrentes de irregularidades”, afirma na matéria.
Quem também falou ao portal foi Felippe Marchetti, doutor em Integridade Esportiva e consultor na área das apostas esportivas. O profissional falou sobre investimentos tão altos de um "recém-chegado".
“Eles estão investindo muito dinheiro em muitos times, o que gera certa estranheza. Isso foge do padrão de atuação de grandes empresas de apostas no mercado publicitário. Essas casas, em apenas uma partida de Premier League, por exemplo, faturam milhões de reais, mas não patrocinam tantos clubes no Brasil”, avaliou Marchetti.
Se o torcedor do Corinthians e leitor do Meu Timão tiver interesse na matéria completa elaborada pelo The Intercept Brasil em abril de 2022, basta clicar aqui.
