Anunciado pelo Corinthians nesta segunda-feira, Vagner Mancini teve contato inicial com o elenco alvinegro e, nesta terça, falou pela primeira vez com a imprensa. Mesmo com o pouco tempo para conhecer seu grupo, o treinador falou de algumas ideias iniciais para a montagem de sua equipe para o restante da temporada.

O Meu Timão traz alguns dos pontos principais abordados pelo novo comandante a respeito da forma que o Corinthians deve se portar em campo.

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Mancini fala em resgatar raízes do Corinthians e pontua: 'É a grande chance da minha carreira'

Via de mão dupla

Ainda em processo de conhecer melhor seu elenco, Mancini comentou a necessidade de adaptar suas ideias de jogo ao elenco e vice-versa. Para o treinador, é necessário aliar as duas coisas para atingir o melhor nível - no início deste ano, Tiago Nunes foi muito criticado pela Fiel por insistir em um mesmo esquema que ele mesmo dizia não ter jogadores com característica para desempenhar.

"Acho importante as duas coisas. Você não pode que seu elenco jogue da sua maneira se ele não tem característica para isso. É ficar dando murro em ponta de faca todos os dias. Ao mesmo tempo, você não pode dar para o atleta um sistema confortável demais", analisou.

"Dentro do que é montado como estratégia, você tem que gerar desconforto para que haja evolução, não para aborrecer ninguém, embora o aborrecimento faça parte do dia a dia. Vivemos em intensa pressão, que não vem só de fora. Você tem que lidar com isso e é assim que você cresce. Quem não tem o preparo para isso fica no meio do caminho", completou.

Fundamento garantido

Mesmo sem o conhecimento pleno de suas peças, Vagner Mancini garantiu uma característica comum para seus trabalhos anteriores: o Corinthians deve ser um time mais agressivo com e sem a bola. E ele explicou o que quis dizer com isso.

"Todos meus times têm uma forma agressiva de jogar e isso eu posso pedir, a partir do momento que isso não depende da característica do jogador. É diminuir os espaços, subir a linha, chegar o mais rápido possível no gol adversário. Essa agressividade vai existir no Corinthians assim como em todas as minhas equipes", projetou.

"A partir do momento que você toma atitudes, ser agressivo é o diferencial. Você tem que agredir de alguma forma, com ou sem a bola. Essa agressividade talvez esteja faltando. Cheguei ontem, ainda é muito cedo para análise e não estou me comparando com ninguém, mas quero acertar mais do que errar. Essa agressividade quando você olha no adversário e vê nos olhos que vai te agredir, é isso que eu quero quando jogarem contra o Corinthians", acrescentou.

Estratégia conhecida

Se de um lado há a garantia de um estilo agressivo, de outro, não há qualquer confirmação de qual será seu esquema tático. O que Mancini adiantou, porém, é que a estratégia deve ser uma "mescla" do que o elenco apresenta hoje com o que a torcida se acostumou a ver em período vitorioso do clube - ele falou muito sobre resgatar as raízes da Corinthians.

"É muito difícil eu te falar alguma coisa sem ter visto o que penso. Sempre que você vai montar esquema, você olha para características individuais e coletivas. A característica coletiva eu já falei da cultura do time. Aliado a isso, tem que montar um sistema eficiente. Que contemple todas as variáveis e seja, acima de tudo, vencedor. Como eu disse que ajustes serão feitos, eles também são feitos na parte tática", explicou.

"Podemos montar uma estratégia e usar uma parte tática em determinados jogos. Mas o Corinthians tem que ter uma forma de jogar, ser temido pelos adversários. Precisa ter um jogo forte porque faz parte da sua história. Dentro do que conheço de futebol, vou montar algo paralelo a tudo isso, com alguns ingredientes importantes que vou buscar na raiz do clube", concluiu.

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