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Desnecessário
Lucas Veríssimo deveria ter ficado calado sobre sua saída do Corinthians
Opinião de Ana Paula Araújo
Um dos assuntos mais polêmicos desse começo de temporada foi, certamente, a saída repentina de Lucas Veríssimo do Corinthians. O jogador, que era tido pelo presidente como primeiro grande reforço, agora vai jogar no Catar e se torna um desfalque importantíssimo para elenco.
Ah, mas isso vocês já sabem, é claro. Quem mais sofreu com a saída é/foi o torcedor que vai ser obrigado a ver o time com um inscrito a menos no Campeonato Paulista. Além de ser uma posição difícil de substituir por conta da qualidade inegável de Veríssimo.
O fato é que, quando toda a bomba explodiu, Augusto Melo não se escondeu e não usou de meias palavras para explicar os fatos.
"O jogador estava contratado, faltava só ele assinar. Ficou enrolando todo esse tempo para assinar, não assinou, veio uma proposta, não vamos dobrar o salário dele, não vamos pagar um milhão de euros a mais, (já) que o nosso contrato com eles era de oito milhões (de euros). Olha só o que nós estávamos fazendo: oito milhões, porque o atleta interessava para a gente, é um atleta que nós o colocamos na Seleção Brasileira. É um atleta que se recuperou muito bem, se encaixou muito bem, só que agora nós não vamos fazer leilão, é da forma que nós queremos daqui pra frente, da forma que o Corinthians precisa", contou o presidente em entrevista.
"Tentamos consertar um contrato que foi feito da gestão passada, que é o que eu estava falando. O Corinthians não vai servir mais intermediário para ninguém. Se quiser, daqui para frente o atleta vem com passe estipulado, não importa o valor, mas ele vem com passe estipulado. Se não vier dessa forma não fica mais no Corinthians. Nós tentamos de uma certa forma consertar esse contrato, que foi mal-feito, o jogador veio lesionado, colocamos ele na vitrine. É um bom jogador, e aí vai embora de graça. Acabou isso, eu não vou aceitar isso mais. A pressão é grande, vocês não têm ideia do que eu estou sofrendo de pressão, mas vamos segurar, o Corinthians mudou. Quer assim, quer; não quer", complementou.
Augusto ainda foi mais longe.
"Independente de executivos, não foi falha nossa. A gente tem uma relação muito boa, tanto que nós temos lá um crédito de dois milhões de euros. Para você ter uma ideia, nós temos uma entrada lá de dois milhões de euros que tá vencendo agora, então não tem ingenuidade, eu acho que é uma relação comercial muito bacana, que não vai ter mais ponte daqui pra frente, não mais da forma que o Corinthians quer", dissse.
"Pode ser que até nós tenhamos errado da seguinte forma: esperar assinar o contrato. Só que é o que eu falei: há uma relação comercial tão boa que nós temos um crédito lá e tava tudo certo, 8 milhões de euros. Eles propuseram o valor, aceitamos os 8 milhões, chegamos num acordo. Deu um probleminha numa cláusula, foi arrumado, faltava só o atleta assinar, só que (ele) ficou enrolando dez dias. E não vai mais enrolar aqui, acabou, chega. Aqui é o Corinthians", finalizou.
Fiz questão de transcrever tudo que o mandatário alvinegro disse para monstrar que ele não usou de mistérios e metáforas para explicar o ocorrido.
Augusto e a diretoria podem ter errado em passar o carro na frente do bois anunciando o atleta, mas não faltaram com explicações quando questionados sobre os porquês do que aconteceu.
Já Lucas, neste sábado, se despediu do clube com uma postagem pra lá de frajuta no Instagram.
Verísismo, pelo amor de Deus, o corinthiano não te quer mais no clube, então não tem nada de "até breve". É até nunca
Sua postagem só corrobora com o que eu penso desde o começo dessa história: o Corinthians foi vítima da sua falta de profissionalismo. Se a verdade deve prevalecer, que tal dar sua versão dos fatos? Tenho certeza que não só aqui, no Meu Timão, teria espaço para você falar sobre, como em inúmeros outros veículos de imprensa. Ou até mesmo na suas redes sociais, por que não?
No fim das contas, quem cala, consente.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.