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Augusto Melo rebate acusações de Rubão e aponta 'encontro escondido com Andrés' do ex-diretor

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Por Beatriz Maineti e Victor de Godoy Santos

Rubão e Augusto Melo têm trocado farpas desde que o primeiro deixou de ser o diretor de futebol

Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Augusto Melo veio a público nesta sexta-feira defender-se das acusações que tem recebido nas últimas semanas, principalmente por parte de Rubens Gomes, seu ex-diretor de futebol. Em entrevista, o presidente do Corinthians tratou do tema e alegou uma reunião "às escondidas" entre Rubão e o ex-presidente Andrés Sanchez como a gota d'água.

“São quatro meses e sempre deixei claro na minha campanha que sempre íamos colocar pessoas técnicas e não iríamos colocar amigos. Se o amigo tem capacidade, com certeza seria melhor, porque a gente confia. A gente tem erros e acertos, estamos corrigindo os erros, não deu certo, quero deixar bem claro, estou aqui para me defender e falar do Corinthians, infelizmente não teve capacidade para assumir o departamento, o principal departamento da instituição, que é o futebol, que a gente vive do futebol, é a porta de entrada. Infelizmente foi um ciclo que se encerrou, a gente errou e estamos corrigindo”, afirmou Augusto Melo em entrevista ao Canal do Benja, de Benjamin Back.

Em mais de uma hora e meia de entrevista, Augusto Melo aproveitou o espaço fornecido para esclarecer o envolvimento de Rubão em polêmicas que tomaram conta do clube no início deste ano. Dentre elas, Augusto cita as negociações que envolveram Moscardo, Matheuzinho e Lucas Veríssimo, além de negar o "governo paralelo" apontado pelo ex-diretor como obra do presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Jr.

A "gota d'água"

Augusto Melo não escondeu, durante sua participação no programa de Benjamin Back, que se sentiu traído pelas atitudes de Rubão nas suas últimas semanas de governo. Segundo o presidente do Corinthians, duas situações causaram a ruptura definitiva entre as partes. A primeira delas teria acontecido logo após as acusações feitas a Romeu Tuma Jr.

“Foram duas. Chegamos de viagem, ele do meu lado, saiu pra caminhar, saúde maravilhosa. De repente me mandam uma nota do ge, que tava com dengue, governo paralelo, acusando o Romeu Tuma. O Romeu tá fazendo um trabalho excelente de presidente do conselho. Aí vejo a notícia, fiquei chateado, ligo pra ele e falo que a gente precisa conversar, depois vem meu diretor de base falando que foi chamado por ele pra conversar, olha só a trairagem, chamou meu diretor de base no escritório dele, mais o adjunto dizendo assim: ‘você é próximo presidente, vem comigo que eu vou te eleger, que você é o próximo presidente’. O Claudinei falou que é fiel a mim", contou Augusto.

Apesar da gravidade, Augusto Melo afirmou que tentou relevar o ocorrido para dar continuidade no trabalho. Logo em seguida, porém, Rubão teria se encontrado com Jorge Kalil e Andrés Sanchez em uma tentativa de "conluio" contra ele.

"Quando chega a noite me contam que ele estava jantando com o Andres e Jorge Kalil, ai nem esperei, peguei o telefone e falei que a a partir de hoje não está mais comigo. Estava jantando pra tentar me derrubar. Um cara que foi meu amigo, igual ele falou que ouviu barbaridades sobre minha pessoa, ele ouviu que os caras plantaram. Ele criou um um grupo de influenciadores, me mandaram, printaram, falando pra subir rápido as coisas do Rubao, porque estão trabalhando pra jogar contra a gente. Hoje me mandaram uma eles chamando os influenciadores pra um churrasco na casa dele pra fazer a cabeça deles", afirmou.

Por fim, Augusto rebateu as acusações de "ingratidão" feitas por Rubão, e disse que confiou a ele o mais importante departamento do clube. O mandatário corinthiano afirma ainda que foi o próprio trabalho de Rubão que determinou sua saída e que errou em ter dado sequência a ele.

"A incompetência foi dele do cargo. Ele falou de ingratidão, dei o maior cargo pra ele no Corinthians, ele que não teve competência pra se manter no cargo. Fui honesto. Já era pra ter mandado ele embora na primeira situação, ali eu errei e dei uma sequência que ele fez lambança. Corrigimos", disse.

As negociações polêmicas

Ao longo da entrevista, Augusto Melo explicou algumas decisões tomadas pelo ex-diretor de futebol em relação às negociações de jogadores. Um dos exemplos citados pelo presidente foi a negociação de Gabriel Moscardo, com o Paris Saint-Germain. Segundo ele, a intenção não era liberar o jovem jogador destaque do time em 2023.

"Do Moscardo o aumento de dois milhões de euros pelo problema que teve, foi feito no escritório dele. Eu recusei duas vezes com o Duilio, não queria vender, sempre preguei na minha campanha. O Duilio me chamou pra conversar e levei ele (Rubao) e viu que eu não aceitaria vender o Moscardo por 20 milhões de euros. Numa segunda reunião eu recusei novamente e até mostrei porque estava recusando, menino de quatro meses, tem futuro, mas falaram que eram dinheiro, R$ 100 milhões, claro que não imaginava o problema que tinha. Como estamos fazendo hoje segurando o Wesley, não vendo. Se vender no preço justo eu vendo", afirmou.

"Aí na terceira reunião, ele como diretor, tinha que me blindar, marcou uma reunião, falou que ligou pro pai do menino, pro menino, chegou lá tava todo mundo, Bertollucci, o empresário do menino, advogado, ainda bem que levei duas pessoas que me acompanham e lá chegou 22 milhões de euros. Aí já falei que não venderia, ai o menino falou que o ciclo dele no Corinthians já venceu, que a cabeça dele já tava no PSG, ai falei que ele tinha apenas três meses de profissional, que ele só vai por causa do Corinthians, mas se o ciclo encerrou fala com seu presidente (Duilio) e vai", contou.

O presidente afirma, porém, que a partir do momento que houve o aceite da negociação, as coisas se complicaram. Tanto em relação aos valores quanto ao imprevisto da lesão detectada em Moscardo durante os exames iniciais no clube francês, as tratativas tornaram-se mais tensas, mas Augusto afirmou que não cederia até ter um desfecho positivo e afirmou que a "lambança" foi criada por Rubão.

"Quando chegou o contrato, era um milhão de euros com aditivos, Bola de Ouro, campeão da Champions. Bati de frente que eles não queriam assinar, fazer a cirurgia com nossa responsabilidade, mas aí falei que não, que era pra devolver o garoto então. Se é pra correr o risco que corra o risco o Corinthians, mas são 100 milhões, não tem problema, eu corro o risco. A responsabilidade é minha. Aí eles chegaram a conclusão, me dando mais 2,5% pra poder aceitar e de repente ouço a entrevista do príncipe lá, que não ia contratar um atleta lesionado, mandei o jurídico acionar a fifa e devolver. A gente fez isso e eles assinaram. Mas ele fez a lambança”, concluiu.

O caso de Lucas Veríssimo também chamou a atenção durante o seu primeiro mês de gestão. O zagueiro, que estava emprestado ao Corinthians pelo Benfica, tinha a compra acertada com os portugueses, mas acabou se transferindo para uma equipe do Catar um dia antes da estreia do Corinthians no Campeonato Paulista. Para Augusto Melo, ações de Rubão levaram o caso aos desdobramentos finais.

"Ele que era o diretor de futebol, ele que conduziu tudo, pra mim estava contratado. Se não, não tinha colocado o Lucas Veríssimo pra apresentar o patrocinador. Aliás, não era ele, era o Cássio, mas o Cássio tem um patrocinador e pra não ter constrangimento colcamos o Veríssimo. Pra mim tava tudo certo. Hoje to sabendo que querem almoçar comigo pra contar toda a verdade, que foi contatado ele, pra assinar e ele não respondia, como foi o Rojas. Começou a desconfiança ai, se coloco você na minha diretoria é por que tenho confiança. O Veríssimo teve esse problema todo, quando chegaram aqui queriam que eu pagasse o dobro, ai falei pera ai, você não sabia disso? Confiava muito nele, assim como confio em todos meus diretores. Estão nos cargos, se fizer lambança eu vou tirar”, disse Augusto Melo.

O "governo paralelo" apontado por Rubão

A relação entre Augusto Melo e Rubão já estava desgastada quando o ex-diretor de futebol, durante o período de afastamento para tratar do diagnóstico de dengue, deu uma entrevista polêmica ao ge.globo. Na ocasião, ele confirmou o afastamento do presidente, mas descartou qualquer fatalidade no caso.

Além disso, acusou o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Jr., de tentar instaurar um "governo paralelo" por meio das comissões criadas no início do seu mandato. A situação gerou grande desconforto, com ambos os personagens trocando imputações na imprensa. Augusto Melo afirmou que sempre foi favorável à medida, e disse que Rubão teria se incomodado com as possíveis intervenções nas diretorias.

“Na minha campanha sempre deixei claro que ia trazer de volta à responsabilidade pro conselho. Sempre esculacharam o conselho, sempre preguei isso por que fui conselheiro. Montei um chapa que foi construtiva, que ajudou e nunca teve cargo. Quando o Romeu Tuma chegou e me falou que montou comissões, falei que era ótimo, ele vai montar pra ajudar na natação, na base, no futebol, ele ficou bravo. Aí ele veio com essa história de governo paralelo, ai o que culminou de mandar ele embora, que mandei por telefone, que tinha conversar pessoalmente”, concluiu o presidente do Corinthians.

Veja mais em: Augusto Melo, Rubão, Diretoria do Corinthians e Andrés Sanchez.

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