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Garra
Ansioso pela final de domingo
Opinião de Wladimir
Em minha primeira coluna no Meu Timão, confessei minha apreensão com nosso time. Vínhamos errando muitos passes, lançamentos e conclusões, algo típico de um time em formação, recheado de promessas que vieram da base.
Até a semifinal, considerei que a Ponte Preta tinha um pouco mais de organização tática que o time de Carille.
No domingo, passado, no entanto, meus receios foram se diluindo conforme avançava o jogo em Campinas.
Vi uma Ponte Preta bastante desatenta e que, desde o início do jogo, foi envolvida pelas jogadas rápidas e triangulações do Timão. Creio até que o time de Kleina subestimou o oponente.
Acertamos, sobretudo, naquilo que vínhamos mais falhando: no passe e na transição. No primeiro gol, Romero, Jô e Rodriguinho trataram a bola com carinho, com a precisão que todos esperamos do time.
O Corinthians foi inteligente por jogar sempre no erro do adversário, procurando não desperdiçar as oportunidades.
Em uma saída em massa dos campineiros, Rodriguinho dominou a bola, fez um avanço diagonal e serviu para Jadson fuzilar Aranha. Tudo bem feito, tudo com talento e simplicidade.
No terceiro gol, mais uma vez, aproveitamos a desatenção e talvez o nervosismo do adversário. A jogada começou em um arremesso lateral. E Rodriguinho, mais uma vez, estava muito atento para aproveitar a bobeada da zaga da Ponte.
É realmente uma pena que este jogador, em ascensão, não possa participar da partida decisiva.
Porque a partida decisiva é aquela da foto dos campeões. Em 1977, no último jogo contra o mesmo adversário, nossos companheiros Palhinha e Zé Eduardo não apareceram no retrato, embora tenham contribuído bastante para a conquista.
Aproveito aqui para lamentar o falecimento do Zé Eduardo, esse zagueiro excelente, que tanto colaborou conosco naquela época. Foi um grande atleta, comprometido com o grupo e ótima pessoa.
Dias antes de sua passagem, estive com ele no hospital. Fiquei horas lá. Ele na UTI, em coma, sem poder se comunicar. Foi assim a nossa despedida.
Com relação a domingo, creio que o comportamento da Ponte Preta será diferente. A Macaca terá que se apresentar para o jogo e, pelo menos, terminar o campeonato de maneira digna.
Porém, fragilizada e obrigada a fazer um jogo ofensivo, corre o risco de sofrer uma goleada histórica.
Espero que o Corinthians atue com a mesma garra que caracterizou o time de 1977 e dê mais uma alegria para a nossa torcida.
Assim, nossos jogadores poderão honrar aqueles mais de 30 milhões que fazem a grande Nação Corinthiana. Em particular, estarão prestando uma homenagem ao grande Zé Eduardo, que vai assistir ao espetáculo lá do camarote do céu.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.