Na minha coluna aqui neste espaço no dia 15 de fevereiro, escrevi que o Corinthians comandado por Fernando Lázaro jogava “como se não houvesse amanhã”. Esse pensamento levou em conta que, com a demora na contratação de um novo treinador, pouco de questões táticas e/ou posicionamentos individuais dos atletas poderiam ser úteis ao técnico que viesse assumir o trabalho. Errei.

Por vezes ficamos (pelo menos eu) presos em questões mecânicas do futebol. A preocupação se o esquema é 4-1-4-1, com falso 9, três zagueiros ou tantas outras variações que acabam sendo predominantes nos noticiários e debates sobre uma equipe. Mas futebol é mais que isso. É sentimento, é tranquilidade ou pressão. É estar tenso ou leve. É acreditar ou desconfiar.

Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Não que Lázaro não tivesse méritos na forma que o Corinthians jogou no período em que foi técnico interino. Róger Guedes passou a centralizado, Giuliano mais perto da área do adversário e laterais subindo constantemente. Mas o Timão com Sylvinho vinha de um período de forte pressão. O ambiente estava pesado, e isso, por mais experientes que sejam a maioria dos atletas, pode acabar interferindo no desempenho individual, e assim, coletivo de uma equipe.

O Corinthians dos últimos jogos foi organizado, ofensivo, mas o elenco como um todo teve tranquilidade nesse período de transição para a chegada de Vítor Pereira. Em entrevista coletiva após a vitória por 1 a 0 contra o bom Red Bull Bragantino no último domingo, Fernando Lázaro falou sobre seu período como técnico interino corinthiano.

“Foi uma experiência bacana (técnico interino), mas é uma coisa que nunca projetei. Não tenho construído minha carreira dessa forma, tem sido muito gradual, passo a passo, tenho muitas etapas para fazer. Preciso concluir cursos. Não traço essas metas, elas têm acontecido naturalmente e eu tenho vivenciado muito o dia a dia, tentado fazer da melhor forma cada uma das etapas”, disse o profissional, que vai seguir trabalhando no clube do Parque São Jorge.

Em suas duas passagens como técnico interino do Timão, Fernando Lázaro teve 90,48 % de aproveitamento obtidos em seis vitórias e um empate. 19 gols marcados e somente quatro sofridos.

Um ciclo mesmo que curto, se fecha com absoluto êxito, assim só me resta a dizer “obrigado, Fernando Lázaro”. Agora é com você, Vítor Pereira. Vai, Corinthians!

Veja mais em: Técnicos do Corinthians e Vítor Pereira.

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