Análise: Corinthians passa por mais um teste e mostra que vai atacar mesmo ganhando
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Por Tomás Rosolino
![Corinthians encarou um time bem postado defensivamente na Arena](http://cdn.meutimao.com.br/_upload/noticia/2020/08/02/corinthians-encarou-um-time-bem-postado_86941w.jpg)
Corinthians encarou um time bem postado defensivamente na Arena
Reprodução/TV
O Corinthians conseguiu controlar mais uma vez um adversário e, mesmo jogando contra um time que foi à Arena para se defender e jogar no contra-ataque, foi superior em quase toda a partida. Tiago Nunes mostrou alternativas de jogo e, mais do que isso, foi assertivo na vontade de jogar: nem mesmo com a vantagem e com um a mais o time recuou.
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O primeiro tempo foi basicamente como era de se esperar ao reparar que o Mirassol trocou um meia por um zagueiro na escalação inicial. O time do interior se posicionou com basicamente nove jogadores defendendo e um pouco à frente, na tentativa de ser o homem para puxar os contra-ataques da equipe.
Com a bola, porém, o Corinthians conseguiu colocar em prática as ideias do seu treinador. Depois de congestionar um lado mantendo a posse de bola, o Timão tentou rápidas inversões para pegar o a defesa adversária em inferioridade numérica na zona da bola. A alternativa funcionou em três oportunidades.
Na primeira, Fagner recebeu de Mateus Vital dentro da área, mas, em vez de bater de primeira, dominou. O tempo perdido fez com que o defensor se recuperasse. O mesmo aconteceu nas vezes em que Carlos e Mateus Vital tiveram a oportunidade. Em vez de serem travados, voltaram a jogada para a defesa e tentaram trabalhar de novo a bola.
Sem essa velocidade de definição, as oportunidades de perigo saíram em lances diferentes. No primeiro, Avelar furou a pressão alta do Mirassol com um passe a Carlos, que cruzou e Mateus Vital chutou na trave. No segundo, Éderson ganhou dividida, tabelou com Ramiro e rolou para o meio da área. Depois que a bola passou por Jô, porém, ninguém entrou na segunda trave.
Segundo tempo pouco diferente
Na volta para o segundo tempo, o Corinthians incorporou ao seu arsenal a troca de passes curtos e a aproximação. Dessa forma, Luan teve uma chance clara logo de cara, em boa jogada de Carlos, e depois finalizou na sobra de um escanteio. Ainda assim, a defesa do Mirassol levou a melhor na hora de atrasar os ataques e minimizar o número de finalizações do Corinthians.
O ponto de mudança foi, é lógico, o cartão vermelho dado a Juninho após forte entrada em Carlos. Na minha humilde opinião, o lance era para amarelo - o juiz, muito mal, nem falta tinha dado. Com um jogador a mais, o Corinthians deixou de tomar tanto cuidado com o contra-ataque e passou a arriscar mais.
Tiago Nunes mandou a campo Janderson e Sidcley, avançou suas linhas e encurralou o adversário. Para ajudar, contou com o momento abençoado de Éderson. Minutos depois de ser travado em lance semelhante, ele manteve a confiança, arriscou de longe e venceu o goleiro do Mirassol.
A mudança
É aí que entra o mérito de Tiago Nunes. Mesmo com um a mais e podendo apenas se fechar para não sofrer, o Corinthians ficou basicamente os 25 minutos finais no campo de ataque adversário. Araos entrou na vaga de Luan e o time continuamente pressionou o adversário, mandando bolas na trave e exigindo boas defesas do goleiro.
Essa postura, de não se satisfazer com o resultado, mostra uma faceta diferente. E cobra o seu preço. O Mirassol, mesmo com um a menos, teve algumas situações em que poderia sair no mano a mano caso acertasse o passe. É o preço de se jogar com o time quase todo no campo do adversário.