A pandemia estava finalmente sendo superada e, coincidentemente, dias melhores para o Corinthians aparentavam estar próximos. Em julho de 2021, seis meses após Duilio Monteiro Alves assumir a presidência alvinegra, o Timão deixava de ter seu elenco baseado em apostas de qualidade duvidosa. Agora, passava a contar com estrelas, que davam outro norte ao futuro do Parque São Jorge. Dois anos se passaram e as expectativas não saíram do mundo das ideias.

Giuliano, Renato Augusto, Róger Guedes e Willian chegavam para melhorar um time que já contava com os identificados Fagner, Cássio, Fábio Santos e Gil. Mais tarde, Paulinho, Balbuena, Maycon, Yuri Alberto e Fausto Vera seriam anunciados. À época, Duilio foi endeusado. “Deixa o homem trabalhar”, disseram, enquanto outros complementavam chamando-o de “Sheik Duilio” - não tiro a razão deles, ninguém imaginaria o flop que seria.

O novo elenco, porém, não deu certo. Em 2021 a equipe de fato se reergueu e cavou uma vaga na Libertadores, com expectativa de um 2022 melhor. O gostinho de “puts, foi quase” voltou mais uma vez com o amargo vice da Copa do Brasil. Agora, nem isso há.

As estrelas mostraram-se opacas. Sem sucesso em campo, fora dele a situação é parecida, já que não causam o mínimo de comoção da torcida. Exceto por Renato Augusto, qual desses jogadores gera alguma identificação? De ver gente na rua com o nome na camisa, digo. Róger Guedes, que foi realizar seu sonho no Catar, talvez? Nem Romero, atleta com maior identificação com a torcida entre 2017 e 2018, caiu nas graças. É um elenco sem graça, omisso.

O fato de Ruan Oliveira, que voltou a jogar pelo Corinthians recentemente após 1000 dias, ser um dos jogadores que mais dá as caras nas zonas mistas após as partidas diz mais do que deveria.

O fracasso é desportivo e institucional. Urge uma renovação do elenco do Corinthians, assim como no Parque São Jorge como um todo. Até Luxemburgo, que pouco acerta nessa terceira passagem, notou isso.

Os recém promovidos correspondem mais em campo e criam mais comoção fora dele. Falei disso em outra coluna um tempo atrás, aliás. O caso mais notório é na defesa. Murillo é, hoje, o defensor mais seguro do Corinthians. Passa jogos e jogos consertando as falhas de Fábio Santos no corredor esquerdo e levando as dores dos erros de Gil dentro da área.

Não proponho aqui uma espécie de caça às bruxas, em que atletas mais experientes seriam chutados do elenco. Um bom plantel é formado pelo equilíbrio de jogadores tanto em características quanto em idade. Mas, boa parte dos atletas que deveriam ser a base do time atual estão com contrato válido apenas até o final da temporada. Peço que suas renovações, caso ocorram, sejam pensadas e repensadas pela diretoria que assumir em novembro, com um plano tanto para eles quanto para o futuro do Corinthians.

Pois bem, o Corinthians está eliminado da Copa do Brasil e dificilmente vai entrar no G6 do Campeonato Brasileiro. A não ser que queira contar com a sorte, precisa concentrar suas energias na Sul-Americana para conquistar uma vaga na próxima Libertadores e Copa do Brasil. Para isso, precisa, mais do que nunca, confiar em sua juventude e renovação.

Veja mais em: Elenco do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, Base do Corinthians, Diretoria do Corinthians, Vanderlei Luxemburgo, Contratações do Corinthians e Tempo de contrato restante dos jogadores do Corinthians.

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