A diferença no trabalho de Coelho tem mais a ver com Carille e Nunes do que com ele próprio
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Opinião de Tomás Rosolino
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Dyego Coelho no duelo contra o Santos, pelo Brasileiro, na Neo Química Arena
Foto: Danilo Fernandes/ Meu Timão
Dyego Coelho assumiu o Corinthians em 2020 com a missão de fazer um trabalho aceitável e, no mínimo, manter o Corinthians longe da zona de rebaixamento para a Série B do Brasileiro, mas não conseguiu. Ano passado, teve quase o mesmo número de jogos para levar o time à Libertadores da América e o fez com uma rodada de antecedência. Na minha opinião, isso diz mais sobre o trabalho que ele herdou do que sobre a sua própria capacidade.
Em 2019, mesmo com todas as merecidas críticas recebidas, Fábio Carille entregou ao interino uma equipe que sabia o que fazer em campo e mantinha uma organização para estar na sétima posição e vir de uma eliminação na semifinal da Copa Sul-Americana. O Corinthians irritava e passava a impressão de estar estagnado, mas era competitivo.
Já em 2020, Tiago Nunes brigou contra o rebaixamento no Campeonato Paulista e não conseguiu ser superior a nenhum dos seus adversários no Brasileiro. No único jogo em que o seu time se impôs, no segundo tempo da vitória sobre o Coritiba, o adversário já tinha um jogador a menos desde os 15 minutos da etapa inicial.
Particularmente, gosto das ideias de jogo de Tiago Nunes e acho que elas poderiam ser aplicadas, com as devidas adaptações que uma década pede, aos times da primeira passagem de Mano Menezes. Meio-campo forte fisicamente, rápido e com pontas com a velocidade necessária para machucar os adversários no contra-ataque.
O elenco atual, porém, não soube corresponder a isso. Cantillo e Luan foram pedidos pelo comandante, mas faltavam os pontas, essenciais para o jogo. E Tiago não soube o que fazer com esses jogadores, deixando a Coelho pouquíssima coisa a ser aproveitada em termos de organização e competitividade.
Carille, por sua vez, havia entregado um time que chegou a brigar pela liderança do Brasileiro e que, ainda que justas as críticas, acumulava pontos desde as primeiras rodadas. Coube a Coelho fazer esses atletas terem um pouco mais de gosto pelo ataque para rapidamente fechar o trabalho que lhe foi pedido.
Em tempo: o que Carille, Nunes e Coelho tiveram em comum foi a dificuldade para lidar com críticas, respostas atravessadas e entrevistas que não condizem com o que é observado em campo. Enquanto isso, o Timão tem apenas 15 pontos em 15 rodadas e precisa acordar para não ser rebaixado à Série B.
Mancini, sucessor, não é conhecido pela humildade na hora de tratar seus trabalhos, como mostrou sua celebração pela "gostosa" vitória sobre o Corinthians em 2017, com direito a patada em "jornalista corinthiano babaca". A missão, no entanto, não é tão difícil: anotar 30 pontos em 23 rodadas, cerca de 42% de aproveitamento.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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