Léo Santos foi Balbuena, não Gustavo Henrique... e merece aplausos pela atitude
Opinião de Rodrigo Vessoni
33 mil visualizações 114 comentários Comunicar erro
Caso 1
Balbuena renovou com o Corinthians em abril de 2018, quando faltava apenas oito meses de contrato. O paraguaio estava em alta, era cobiçado, sabia que choveria proposta e que poderia ganhar muito mais em dezembro.
Mesmo assim, o zagueiro assinou o novo contrato e, na sequência, foi vendido ao West Hum (ING) por € 4 milhões (a multa). Essa renovação, por mais que não tenha resultado na sua permanência por mais três anos, rendeu R$ 18 milhões ao Timão, que tinha desembolsado R$ 5,5 milhões em 2016.
Caso 2
Cerca de um ano antes do término do contrato, Gustavo Henrique foi procurado pelo Santos para renovar. O zagueiro, revelado pelo clube da Baixada, não aceitou a primeira oferta, a segunda, a terceira... chegou dezembro e... foi embora. Gustavo foi profissional, compreendo sua atitude, faz parte. Mas, no fim das contas, o Santos não ganhou nada.
Dois zagueiros, duas atitudes, duas consequências distintas aos seus clubes. Nesta quinta-feira, Léo Santos provou seu respeito pelo clube que o revelou e o acolhe há mais de 15 anos. Restavam apenas quatro meses de contrato com o Corinthians e, mesmo assim, o jovem aceitou estender seu vínculo até 31 de dezembro de 2023.
Léo Santos poderia ir embora em setembro e o Corinthians não ganharia NADA. Mas não o fez. E merece elogios da torcida. E, por isso, ganhará parabéns aqui no meu espaço.
O prata da casa tem apenas 21 anos, participou de várias seleções de base, tem muita qualidade e enorme margem de crescimento (leia-se ser menos arrogante com a bola no pé). Sua carreira acabou de começar, apesar de alguns torcedores já o enxergarem como um fracasso confirmado, por esse ou aquilo vacilo dentro de campo.
Para alguns torcedores, o exemplo do zagueiro Felipe, hoje vestindo a camisa de um dos maiores clubes do mundo, comprado por incríveis R$ 160 milhões, parece não ter sido suficiente.
Isso sem falar em seu empresário, brasileiro de maior relevância na Europa. Giuliano Bertolucci é daqueles que escolhem o time onde quer colocar seus jogadores. Ou seja, a chance de acontecer uma venda bem interessante não é pequena. Léo Santos um ótimo ativo do clube. E, sim, pode render bastante no futuro. Dentro e fora de campo.
Obviamente a renovação também foi boa para o zagueiro, obviamente ter mais três anos de vínculo com um dos maiores do Brasil foi ótimo, obviamente ele teve um aumento, obviamente é confortador para ele saber que terá três anos de um ótimo salário garantido. Não sou inocente de achar que o 'fico' foi apenas por amor.
Isso ninguém precisa dizer.
Minha coluna é apenas para enaltecer um jogador que, por vontade própria, ao menos deixou aberta a possibilidade de o Corinthians ganhar muita grana no futuro. Poucos fariam o que ele fez.
Em tempo: no balanço de 2019, o Corinthians aparece com 70% dos direitos econômicos de Léo Santos. É o mesmo percentual que tinha de Pedrinho, vendido por € 20 milhões (R$ 105 milhões na época da assinatura, R$ 126,5 milhões no câmbio desta quinta).
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
Avalie esta coluna
Veja mais posts do Rodrigo Vessoni
- Empate no Majestoso foi bom, corinthiano! Pode ter certeza...
- Corinthians libera trio... três vão embora, mas são casos bem diferentes!
- Seis tempos do Corinthians após o período de ócio forçado. E penso que...
- Fim da primeira fase do Paulistão para o Corinthians: o que comemorar e o que se preocupar
- Dez perguntas que faço à diretoria sobre o acordo entre Corinthians e Zenit
- Jogo-treino no CT do Corinthians: um desperdício de engajamento por causa de nada