António Oliveira vive grande pressão no Corinthians e dia após dia está tendo que se provar para manter-se no cargo de treinador. Às vésperas de enfrentar o Cuiabá, o português ponderou sobre sua situação atual, destacando que perdeu muitas peças desde que assumiu o comando da equipe.
"Sei o que tenho feito, o que faço. Conheço a minha competência, o meu trabalho. Sei quem lidero. Sei o caminho desafiante que estamos atravessando, portanto já disse os objetivos. Evidente que 11 jogos e uma vitória é preocupante, mas não é desesperador. Claramente é um jogo importante (contra o Cuiabá) e até decisivo dentro das nossas pretensões dentro da competição. Mas repara como o António começou e qual elenco tinha e o elenco que tem hoje. Acabei (o jogo contra o Athletico-PR) com seis meninos em campo. A média de idade que iniciou o jogo foi de 24,2 anos e depois deve ter reduzido, mais os dois que tiveram que sair, o Wesley e o Léo Mana", iniciou o treinador durante entrevista ao jornalista Flavio Prado em seu canal no YouTube.
"É um elenco muito diferente daquilo que encontrei. Ao longo do percurso fomos perdendo jogador. Não queria falar do Rojas... perdemos dois goleiros, o Cássio e o Carlos Miguel; agora saiu Fausto Vera; o Maycon por lesão; Fagner por lesão; Paulinho, jogador importante, até do ponto de vista do que são lideranças, porque o grupo pode ficar órfão. O Maycon não joga mais essa temporada. O Romero e o Félix Torres estão na seleção. O Pedro Henrique. O Yuri que estava suspenso. Mas assim, trabalho com quem está e com quem quer estar", completou.
António Oliveira foi oficializado treinador do Corinthians dia 9 de fevereiro, enquanto a equipe ainda disputava o Paulista. A nível de curiosidade, cinco dos 11 titulares que escalou em sua estreia não estão à sua disposição neste momento, sendo três de forma permanente.
Após um bom início no Campeonato Paulista e na Sul-Americana, o português e seus comandados estão mal no Brasileirão, ocupando atualmente a 18ª posição da tabela com apenas oito pontos somados. O treinador pontuou que o futebol brasileiro é muito emocional e isso acaba atrapalhando, além de existirem dirigentes pouco convictos de suas ideias.
"Só vou ao encontro daquilo que consigo controlar. Às vezes perguntam 'António, como podemos mudar o futebol brasileiro?', eu acho que se fossemos muito mais ao encontro do que é o jogo, fizermos uma análise mais criteriosa, mostrarmos como a equipe joga, ataca, defende, quais eram os espaços que poderíamos ter explorado, quais espaços os adversários nos feriu... isso é muito mais interessante, mas isso tem a ver com mudança de mentalidade. Não vim ao Brasil prejudicar ninguém, isso é um 'circo' que já estava montado", comentou António Oliveira.
"É o treinador que chega, faz meia dúzia de resultados espetaculares 'é o Zubeldismo, Antonismo, o Militismo, o Dinizismo...', depois os resultados começam a congestionar, começa a balançar e não descansam enquanto não cair. Depois as direções, principalmente em clubes de massa que têm 500 mil conselheiros que muitas vezes são torcedores, acabam por interromper um percurso porque não têm convicção do que querem. Quando a pessoa tem convicção, segue. Também tive momentos desafiosos no Cuiabá, mas quem acompanhou o dia a dia, o jogo, o treino, e eu tinha um presidente que percebia, sabia o caminho", explicou na sequência.
Em meio a essa pressão, António Oliveira segue com bastante respaldo do elenco, ao mesmo tempo que pede reforços à diretoria. A janela de transferências abre no Brasil em 10 de julho e o presidente Augusto Melo já falou de quatro reforços com condição de brigarem pela titularidade.
Enquanto a janela não abre, o português prepara os últimos ajustes para o próximo jogo do Corinthians. O Timão enfrenta o Cuiabá nesta quarta-feira, às 20h, na Neo Química Arena, pela 12ª rodada do Brasileirão.