A defesa do empresário Alex Cassundé, um dos pivôs da polêmica envolvendo a Vaidebet no Corinthians , diz que ele é vítima. O advogado dele, Cláudio Salgado, afirmou que vai prestar esclarecimentos sobre o caso na delegacia.
Alex Cassundé é um dos sócios da Rede Social Media Design LTDA, empresa que recebeu comissão de R$ 1,4 milhão do acordo com a Vaidebet , ex-patrocinadora máster do Corinthians, e repassou boa parte do valor para a Neoway Soluções em Serviços Integrados LTDA, que tem como proprietária registrada uma mulher que desconhecia tanto a informação quanto o próprio Alex.
"Entendemos que o Alex é uma vítima na situação. O Alex tem uma empresa regular, não tem nenhum histórico criminal, então se ele pagou alguém, é porque acreditou que estava tudo bem, tudo correto. A gente vai tentar esclarecer por que existem esses pix. Ninguém transfere um dinheiro sem motivo, e isso nós vamos esclarecer na delegacia", falou o advogado de Alex Cassundé em entrevista ao portal UOL.
O possível esquema de ‘laranja’ na intermediação do acordo entre Corinthians e Vaidebet foi noticiado pelo jornalista Juca Kfouri na coluna dele no UOL. Além de Alex Cassundé, outros dois nomes ligados a ele foram citados na reportagem, tratam-se do ex-superintendente de marketing Sergio Moura e do atual diretor administrativo Marcelo Mariano, considerados homens de confiança do presidente Augusto Melo “até que se prove o contrário”.
A polêmica gerou uma crise nos bastidores do Corinthians, resultando em saídas de diretores dos departamentos jurídico, financeiro e até mesmo de futebol , além de afetar também o vice-presidente Armando Mendonça, que foi denunciado por Sergio Moura por supostas ameaças devido ao caso Vaidebet .
Ainda segundo o advogado, Alex Cassundé conhecia a Neoway, mas acreditava que a empresa era regular e foi pego de surpresa com a notícia publicada no UOL.
“[...] Para ele (Alex Cassundé), (a Neoway) sempre foi uma operação regular, sem nenhum tipo de problema. Ele ficou muito surpreso quando teve a notícia que é uma empresa de laranja, fria. A gente vai responder na delegacia com quem ele se relacionava, por que se relacionava, por que que teve início. Tudo isso eu vou esclarecer”, contou o advogado, que ainda acredita que houve quebra de sigilo bancário pela divulgação dos comprovantes de pagamento.
"Isso é criminoso, alguém do banco liberou comprovantes de pagamento de Pix. Como isso foi liberado? Houve violação de sigilo bancário, sem dúvidas. A gente vai atrás para entender isso. Pode ser que haja uma ação contra o banco, por violação do sigilo bancário", completou em outro trecho da entrevista.
Prints com nome de Alex Cassundé
A novela envolvendo a intermediação do acordo com a Vaidebet ganhou novos capítulos na última semana com o vazamento de prints de uma suposta conversa no WhatsApp entre Alex Cassundé e um dirigente do Corinthians não identificado . As mensagens divulgadas pelo jornalista Jorge Nicola exibiam a pessoa indicando ao empresário os dados da Neoway para o repasse da comissão da Rede Social Media Design LTDA.
Ao tomar conhecimento sobre o caso, o presidente Augusto Melo acionou a Polícia Civil para fazer um boletim de ocorrência e solicitar uma investigação sobre as mensagens. Já a defesa de Alex Cassundé argumenta que os prints são falsos e que é fácil de comprovar a inocência do empresário.
"Os prints são falsos. É fácil de esclarecer isso. O próprio presidente do Corinthians também já disse. Falsificar conversa no WhatsApp é a coisa mais fácil do mundo. Se isso é juntado no processo, a primeira coisa que o juiz pede é a origem, prova de quem é o telefone, o número certo do IP", argumentou.
Por fim, Alex Cassundé e o advogado dele têm ideia de quem pode estar por trás da Neoway, inclusive com evidências, mas que não vão apontar publicamente neste momento.
"Temos hipóteses e ideias de quem são as pessoas, até algumas evidências, mas não seremos levianos de falar coisas que possam prejudicar nesse momento", falou.