O Palmeiras “abdicou rápido” do Dérbi deste domingo, na Arena Barueri. Pelo menos foi a impressão do técnico António Oliveira, que viu o Corinthians ficar com dois gols de desvantagem no placar até os 42 minutos do segundo tempo, quando o Timão iniciou a reação com Yuri Alberto e, com nove jogadores em campo contra 11 do rival, buscou um empate heroico no último minuto do clássico com golaço de falta de Rodrigo Garro .
“O futebol é razão, mas em alguns momentos também é emoção. Evidente que com tantos episódios que passaram no jogo fica difícil transmitir algo dentro daquilo que já era mais com o coração do que com a razão. Percebemos que o adversário abdicou rápido do jogo, mas nós, com uma equipe guerreira, nunca desistimos. Eles honraram a camisa do Corinthians e eu, enquanto técnico, os torcedores e a diretoria, estamos muito orgulhosos deles”, disse António Oliveira em entrevista coletiva após o jogo.
Apesar de entender que o Palmeiras abdicou do jogo cedo, o comandante do Timão preferiu não se aprofundar no assunto e parabenizou os jogadores do time alvinegro pela postura nos últimos 20 minutos do Dérbi.
“Isso (abdicar do jogo) tem que perguntar ao treinador do Palmeiras. Nossa intenção sempre foi buscar o resultado desde o início, competir com o adversário, que é competitivo. Em alguns momentos conseguimos ter mérito, em outros o adversário se sobressaiu, mas nos últimos 20 minutos tomamos conta do jogo e fomos felizes, mas procuramos essa felicidade. Parabéns aos meus jogadores que nunca desistiram e todos aqueles que estiveram o espírito de equipe, aqueles que não entraram e revela a união, que como treinador me deixa satisfeito”, parabenizou o técnico do Timão, que exaltou mais uma vez o elenco corinthiano.
“Deu para entender aquilo que já sabia quando aceitei estar nessa cadeira. Tenho um grupo com caráter e só um grupo com qualidade, dentro das circunstâncias do jogo, consegue chegar ao empate após perder por 2 a 0”, disse o treinador corinthiano em outro trecho da partida.
Apesar do Corinthians ter cedido bastante chances ao Palmeiras no decorrer dos 90 minutos, António Oliveira entende que o adversário foi superior devido aos erros da equipe alvinegra e comparou o número de finalizações de cada clube no clássico.
“O adversário teve 20 finalizações e apenas cinco na baliza, e (nós) tivemos 13 e seis na baliza, acertamos mais no alvo que eles. Na primeira parte o adversário tirou proveito de erros técnicos e duelos que perdemos e eles estavam sempre mais perto. Em termos de organização o adversário não nos conseguiu ferir, foi mais demérito nosso daquilo que não conseguimos fazer, do que mérito do adversário. Percebemos a valência deles, isso é inegável, mas dá para perceber aquilo que sabia, que tenho grupo de homens, de qualidade e o futuro para nós só pode ser risonho”, explicou.
Análise tática do confronto
Uma das principais mudanças táticas de António Oliveira foi a presença de Raniele entre os zagueiros quando o Corinthians está defendendo, realizando uma linha de cinco defensores. O técnico falou sobre a função do volante, na qual era orientado pelo comandante a obedecer a ordem desde o Cuiabá.
“Quem conhece e quem faz as análises do jogo percebe as dinâmicas que criamos com o Raniele entrando na linha. Não é novo. Em alguns momentos tivemos êxito, em outros tivemos receio de pôr lateral com lateral, mas (fomos) bem sucedidos em muitas delas”, disse António Oliveira.
Além disso, o Timão está jogando com três zagueiros na construção do jogo, com os laterais posicionados mais na frente pelas beiradas do campo. O comandante explicou sobre a necessidade de treinar a equipe para executar melhor as funções em campo.
"O jogo do Palmeiras é prático, de estruturação nas costas. Quem consegue analisar o Corinthians, consegue ver alguns padrões defensivos e um deles é esse. Temos uma estrutura estática que é 4-3-3, dinâmica dentro daquilo que são nossos processos defensivos. Portanto, em termos ofensivos construímos a três, com laterais baixos. Evidente que tivemos apenas quatro treinos para aplicar algumas coisas, porque é através da repetição que conseguimos melhorar. A tendência é que a equipe melhore, porque é o terceiro jogo e o espaço é curto e a recuperação é determinante”, concluiu.