Invicto há seis jogos, a situação do Corinthians parece distante da de maio, quando Luxemburgo assumiu a equipe. Por mais que ainda esteja sofrendo com críticas, o treinador emenda uma boa sequência. Em meio a isso, o técnico falou como a pressão recente tem afetado seu elenco, mas afirmou que não houve nenhuma melhora por isso.
"Eu falei lá dentro para os jogadores para eles comemorarem, porque ninguém deu para nós essa condição. Há dois meses, a gente não podia sair do hotel, pegar um elevador, porque éramos cobrados. Você não podia ir ao restaurante com a sua família, você não podia fazer absolutamente nada, porque o momento era muito difícil. Nós estávamos privados de ser um cidadão, porque nós éramos somente atletas, treinador…", iniciou Luxemburgo.
"Esses jogadores aí tem que comemorar a vitória e saber o que aconteceu dois meses atrás, que eles não podiam sair. Eles não pediram licença para ninguém para chegar aonde eles chegaram. Eles chegaram. Eles estão de parabéns", concluiu o treinador.
Luxemburgo foi anunciado como técnico do Corinthians no primeiro dia de maio em meio à pressão por causa da contratação de Cuca semanas antes e o baixo desempenho em campo. Passados dois meses, a relação entre elenco e torcida não aparenta ter melhorado tanto. Gil, por exemplo, foi hostilizado em um hotel ao lado da delegação alvinegra no início de julho e recentemente Fagner e Cássio se envolveram em polêmica com o agora apresentador Emerson Sheik por críticas ao zagueiro
O treinado afirmou que as críticas fazem parte do futebol, mas que elas não ajudaram em nada o elenco. Não houve melhora por causa delas. A evolução veio, na visão do treinador, pelo trabalho recente.
"As críticas não fazem diferença. Nós temos que conviver com elas, elas pertencem ao nosso meio. Agora quantas vezes eu cheguei aqui e falei que conseguia ver coisas boas mesmo em um momento de críticas? Eu não posso fazer meu elenco crescer por causa da crítica, a análise pertence a vocês (imprensa), as críticas pertencem a vocês, os elogios pertencem a vocês e nós temos que saber aquilo que tem que ser feito internamente", explicou.
"Internamente eu tenho confiança, sei que o trabalho está na crescente, sei que os jogadores trabalham dia e noite pra fazer as coisas acontecerem, então não nos baseamos nas críticas para o crescimento, nos baseamos no nosso trabalho. O trabalho foi contínuo, interpretando as críticas, os elogios, que foram poucos, mas interpretamos para reverter a situação e vocês poderem elogiar a gente", seguiu e encerrou na sequência:
"Se eu começar a tomar porrada amanhã, você vai ser o primeiro a falar 'Porra, Luxa perdeu de novo, tem que ganhar de novo'. Então não muda, não deixa mais cascudo... o Cássio com a experiência que tem, o Fábio com a experiência que tem, os jovens estão amadurecendo. Acho que o futebol perder depois dois jogos seguidos, já vem porrada pra tudo quanto é lado, não tem jeito".
O Corinthians possui cinco vitórias e um empate nos últimos seis jogos. Os resultados são sentidos nas competições de mata-mata, já que a equipe alvinegra avançou para as oitavas da Sul-Americana e à semifinal da Copa do Brasil - agora larga na frente no confronto. Quanto ao Brasileiro, o Timão segue cambaleando e à beira da zona de rebaixamento.
Atual 15º colocado da tabela, com 16 pontos, o Corinthians está a dois pontos do Z4 - mas possui um jogo a menos. Em busca de subir mais e se afastar da possibilidade de ser rebaixado, Luxemburgo e companhia se preparam para enfrentar o Vasco no sábado. A partida acontece às 18h30 e é válida pela 17ª rodada do Brasileirão. Acontece na Neo Química Arena, mas sem presença da torcida por causa da punição pelos cantos homofóbicos no Majestoso que aconteceu em maio.