Com a possibilidade de ser reintegrado aos treinos do Corinthians no CT Joaquim Grava, Luan recebeu um duro alerta na noite desta quarta-feira. Técnico do Santos na reta final da temporada passada, Lisca foi um dos responsáveis pelo empréstimo do meio-campista ao clube do litoral paulista e foi sincero ao falar sobre a situação do ex-camisa 7 corinthiano - confira a fala do profissional no vídeo acima .
Em entrevista concedida ao Meu Timão, o treinador, que atualmente está livre no mercado, admitiu que não teve problemas fora de campo com o jogador de 29 anos, mas reforçou que Luan pode ter sua última grande oportunidade da carreira em 2023.
"O que eu senti dele no ano passado é que ele estava muito interessado em fazer a coisa acontecer, até porque ele já vinha de um tempo afastado e com muitas dificuldades. Obviamente que ele indo para o Santos acabaria se comportando da melhor maneira possível. O Luan não pode errar mais, ele não pode ter problemas fora do campo e cometer deslizes. Ele tem que ter cuidado redobrado. O Luan é um cara que financeiramente é realizado por mérito dele, só que a vida passa rápido. Ao mesmo tempo que o jogador ganha muito bem, ele também gasta muito bem. Muita gente depende do Luan, tem toda a família junto com ele. Há muito tempo ele é o chefe da família. Eu não tive problema com ele fora do campo, até porque foi pouco tempo, ficamos juntos um mês mais ou menos, mas ele estava muito dedicado a mudar essa imagem", disse.
"Uma coisa que é importante... Está terminando o contrato dele esse ano, então ou ele vai se mexer ou ele nunca mais vai ter esse patamar que alcançou, com o belo salário que ele ganha. A vida passa, as oportunidades acabam e os valores são bem menores. Ele precisa dar uma resposta e voltar a jogar em alto nível para que, se ele não seguir no Corinthians, o que é muito difícil de conseguir essa renovação, conseguir se encaixar e dar sequência na carreira dele", acrescentou.
Sem entrar em campo pelo Corinthians há mais de um ano, o atleta pensa em dar a volta por cima e quer voltar a treinar com o elenco comandado por Fernando Lázaro para receber chances no Timão na atual temporada, já que seu contrato se encerra no fim de 2023.
Pelo Santos, Luan disputou oito jogos, deu uma assistência e balançou as redes em uma única oportunidade. Dessa forma, Lisca revelou uma conversa com o meia e explicou como a negociação foi conduzida na reta final da última edição do Brasileirão. É importante desta que o Santos flertava com a zona de rebaixamento quando Luan chegou ao clube.
"Aqui no Santos, junto com o Duilio, o Paulo Pitombeira, empresário do Luan, tivemos uma conversa com o Rueda, presidente do Santos, que me consultou também. E eu pensei em fazer uma coisa boa para todo mundo. Uma coisa boa para o Santos, para mim e para o Luan. Isso justamente para aproveitar melhor o Luan. Deve ter as razões para o Corinthians ter afastado o Luan, pois dificilmente você afasta um jogador desse nível. A gente chegou a conclusão que poderíamos dar essa oportunidade para ele. Trazer ele para o grupo, dar carinho, sentir participante de um projeto. A minha conversa com ele foi em cima de paciência. Ele estava há quase um ano parado e a gente tinha urgência de resultados, não tínhamos tempo", explicou.
"A minha conversa com ele foi a seguinte... Nós temos três meses até o final do ano para você recuperar, treinar forte, pagar esse preço, que ele precisa disso, e reequilibrar a parte física que ele precisava muito. Não coloquei ele de cara, pra sair jogando, para ser protagonista. De fato ele entrou algumas vezes, mas sempre treinando e buscando crescimento gradual, com o intuito dele chegar no começo desse ano e, com uma pré-temporada, voltar a fazer tudo que ele sabe. É um meia que é difícil de achar no mercado, um meia que sabe flutuar e fazer gols. Mas infelizmente não deu certo para ninguém. Nem para o Luan e nem pra mim, eu fiquei pouco tempo no Santos desde a chegada dele, acabei saindo do Santos. E aí ele passou por outro processo, começou a jogar com a urgência de resultados, o outro técnico na época tirou ele e ele protestou. Mas comigo não tive esse problema, até porque estava bem claro nosso combinado e ele estava cumprindo. Ele faltou dois treinos nesse período por ter uma indisposição, precisou ficar no departamento médico, mas treinou normalmente e se dedicou, apesar de estar um pouco abaixo ele estava buscando essa condição para voltara jogar em alto nível", finalizou.