A Gaviões da Fiel determinou nesta sexta-feira a exclusão de Alexandre Jacobina, o "Jarrão", vice-presidente da entidade, de seu quadro de associados. A decisão foi motivada após um suposto acordo com Jacinto Antônio Ribeiro, o "Jaça", conselheiro vitalício do Corinthians, com forte influência sob as categorias de base do clube.
As acusações apontam o pagamento de um valor de R$10 mil de Jaça a Jarrão em troca de silêncio da Gaviões da Fiel sobre a gestão das categorias de base nos protestos da torcida. A exclusão do vice-presidente da organizada foi decidida em assembleia na noite desta sexta-feira e a informação foi divulgada pelo Uol e confirmada pelo Meu Timão.
A reportagem também obteve acesso a comprovantes das transferências para Jarrão, feitas em nome da empresa LLASPORTS10, que atua na área de agenciamento de atletas. Na Junta Comercial do Estado de São Paulo, a empresa consta no nome de Anderson da Silva, que foi procurado pela reportagem via assessoria, mas não se manifestou.
Jaça já havia sido alvo de protestos da Gaviões da Fiel no ano passado. Segundo membros da organizada, o acordo feito entre Jaça e o vice-presidente da organizada visava retirar o nome do conselheiro das manifestações e afastar a base dos holofotes do torcedor.
A reportagem do Meu Timão obteve acesso a um áudio supostamente enviado por Jarrão, onde explica como conseguiu retirar Jaça do foco de um protesto. Não há maiores detalhes sobre o interlocutor da conversa, nem da data de envio.
"Meu irmão, no Movimento Salve o Corinthians, onde engloba todas as torcidas, existe a ideia de fazer um protesto contra o Jaça especificamente. Tirei o foco e estou lançando um contra o Roberto de Andrade para sair da radial dele. Irmão, só uma coisa que eu ia te falar: cuidado quando você fala com ele com quem está perto dele. O bagulho é muito louco, mano", teria dito Jarrão, na mensagem de voz.
Vale ressaltar que a Gaviões da Fiel tem um protesto marcado para o próximo dia 12 de março . A pauta principal é o pedido de demissão do diretor de futebol Roberto de Andrade, citado no áudio por Jarrão.