O técnico Sylvinho deu um depoimento emocionado sobre o reencontro com a torcida do Corinthians, pela primeira vez como técnico do clube que o revelou, na noite desta terça, contra o Bahia . O comandante admitiu que entrou pilhado pela ansiedade e precisou se controlar para não se exceder na emoção dentro de campo.
"Primeiro, precisei me controlar. Voltar para casa e não ver o torcedor era difícil. Eu nesses quatro meses, inclusive. Precisei me preparar antes de preparar eles, sabia que teria canções antigas, novas também. Mas tivemos uma grande vitória, precisei me preparar antes de passar para eles. Tínhamos o fator torcedor, que é muito forte. Tivemos o equilíbrio necessário para buscar a vitória junto com eles", contou Sylvinho.
Atleta do clube da base ao profissional, em caminho que durou mais de dez anos para ser percorrido antes da ida para a Europa, Sylvinho por várias vezes se mostrou emocionado. Ele traçou paralelos com o estádio do Pacaembu, local em que o Timão mandava suas partidas antes de Itaquera.
"Volto a dizer, é difícil responder. Entrei no Corinthians em 88, vinha de ônibus Mosqueteiro 1 treinar aqui. Não era um terrão, era gramado, cercado, estrutura mínima. Quando vínhamos para cá era uma maravilha. São muitas histórias, é emotivo, não é fácil, é gostoso ter o convívio do torcedor", relatou, antes de a emoção tomar conta de vez.
"Vou abrir o coração: o estádio é outro, o tempo é outro, mas me lembrou meu tempo de Pacaembu. Foi bastante especial para mim. Me preparei e passei isso para os atletas. Engolimos a emoção em muitos momentos, mas o trabalho foi bem feito pelos jogadores", continuou.
Sylvinho ainda deixou claro que o estádio hoje é apenas uma representação do local em que cresceu como atleta, já que lá funcionava um CT destinado às categorias de base alvinegras, bem antes do luxo de atualmente.
"Vínhamos treinar aqui antigamente, quando eu jogava, e eu lembro que Miguel era quem cuidava quando vínhamos treinar aqui. Estou num lugar que faz parte da minha história, por isso precisei buscar um equilíbrio porque traz muitas lembranças. Passar isso para os atletas foi parte disso, nosso torcedor ajudou e motivou os jogadores. Foi uma preparação coletiva e muito bem feita", concluiu.