Meu Timão

Todo técnico que vem para o Corinthians eu gosto de olhar alguns jogos das equipes anteriores deles. Vejo as ideias de jogos, posicionamentos, movimentações.

No caso do Vitor Pereira eu vi mais do que o comum, e o que posso dizer sobre ele é que: de todos os técnicos que EU VI treinarem o Corinthians, o Vitor Pereira é o que tem o modelo de jogo mais complexo, com mais variações táticas e dinâmicas ofensivas, e deu pra observar isso claramento pelos jogos do Porto que vi.

Nos técnicos anteriores a gente tinha uma ideia mais clara de jogo.

Tiago Nunes com os laterais avançados, pontas por dentro. Às vezes uma saída de três com o volante entre os zagueiros. Mas era isso.

Com Sylvinho era mais simpels ainda. Era aquele 4141. Que às vezes se transformava em um 415 na hora de atacar. De vez em quando rolava uma dinâmica do Renato recuar pela esquerda, lateral subir e ponta centralizar. Mas era bem claro.

Com Tite tínhamos aquele 4141 mais dinâmico. Jadson sai da direita pra dentro, se posicionava entre linhas, as vezes recuava pra auxiliar a construção. Renato recuando pra fazer a saída de jogo e conduzir a bola para o ataque. Elias infiltrando muito. Malcom fazendo movimentos de profundidade. Arana e Fagner atacando. Saída de bola era sustentada, com os laterais baixando, e os três meias se aproximando, com o Jadson as vezes recuando e liberando outro meia pra atacar, seja Elias ou Renatk. O time de Tite se movimentava bastante também.

Mancini também vez ou outra variava. Mas não durante os jogos. Se o time jogava uma partida com linha de quatro, era daquele jeito e já era. Se na outra partida fosse uma saída a três, era assim.

A diferença desses quatro para o Vitor Pereira, é que o Vitor é o que mais alterna o sistema em uma mesma partida. Em alguns momentos você vê uma saída de bola de 2+3. Em outras, um 4+1. Daqui a pouco o time tá fazendo uma saída a 3. Willian uma hora pela esquerda, depois cai pra dentro. Renato Augusto uma hora recua pela esquerda pra fazer a saída de jogo, daqui a pouco tá aberto pela direita como ponta. Lateral atacando por fora e por dentro. E isso é só o começo, pois no Porto essas dinâmicas e movimentações era bem maiores.

Isso é aleatoriedade pura? Não. Como falei, o time do Porto em que ele treinou variava muito mais, e jogava muita bola. Isso faz parte da concepção de jogo do técnico, e tem um objetivo claro: confundir a marcação adversaria e tornar a equipe imprevisivel. Equipes estáticas são mais fáceis de anular. Toda equipe precisa de movimentos para criar espaços na defesa adversária. E o Vitor Pereira abusa disso em suas equipes para torna-las impresiveis, criar os espaços necessârios, confundir a marcação e o próprio técnico adversário. Tudo isso que o futebol pede...

E qual a diferença do Porto para cá, e por que estamos jogando mal? Nosso time é inferior, eu sei. Mas tem outro motivo óbvio: o tempo.

Não dá pra querer que o time faça todas essas variações e dinâmicas ofensivas bem feitas em três meses de trabalhos com inúmeros jogos e poucas semanas livres pra treinar. Principalmente na realidade do Corinthians, em que os jogadores estavam acostumados a jogar em um sistema de jogo mais simples e fixo.

Para os movimentos ficarem coordenados, darem certos, conseguir gerar os espaços na defesa adversária, é preciso de tempo. E uma prova que encontrei de que realmente o técnico que busca isso, estuda, é que no vídeo dos bastidores no jogo do Corinthians contra o Boca no La Bombonera - deixarei o link - deu pra ver, mesmo com má qualidade, aos 3:06, atrás do arbitro da partida, uma lousa, e, abaixo, algumas folhas impressas, com algumas instruções, xomdinâmicas ofensivas e posicionamentos que o time deveria fazer para, provavelmente, explorar alguma vulnabirilidade do boca, ou mesmo, cria-la. Consegui ver na folha do meio, da lrimeira fila a direita, o desenho de como nossa 343 iria ficar postado contra o esquema do Boca, com as linhas de passes e os possiveis espaços para ser explorados. E abaixo desse follha, algo mais interessante, que parecia ser uma dinâmica ofensiva para tentar um cruzamento em uma região que o Corinthians teria superioridade numerica, bacredito ser isso, mas, como disse, está bem ruim de enxergar o conteúdo das folhas, porém, ainda dá pra ver que algo foi estudado e planejado. E só o que tem no vídeo é algumas folhas que deu pra ver. As outras o juiz ficou na frente, e deveria haver bem mais conteúdos preparados para o jogo.Mas, no fim, eu sei o que aconteceu. Jogamos MUITO MAL. 1 finalização que foi o gol no jogo. Significa que o técnico é burro? Ao meu ver, não. Nenhum jogador presta? Também não penso assim. Como já ponderei, o que acho é que o time ainda não está conseguindo executar certos movimentos e dinâmicas ofensivas com qualidade, e acaba se perdendo em campo, não por falta de qualidade, nem pelo técnico estar perdido, mas por ser algo complexo para ser executado com maestria em pouco tempo.

E quem quiser isso, terá que ter paciência.

Falo e repito, burro o cara não é, e dá pra constatar isso ao ver suas equipes anteriores jogando, sua ideia de jogo, entrevistas, curriculo.

Mas é impossível implantar tantas coisas em pouco tempo, e com um calendario corrido, tendo tempo só pra jogar, viajar, e recuperar dos jogos, com pouco tempo pra treinos tâticos mais especifícoa. Se o Vitor Pereira tivesse tido pré-temporada, o time estaria mais bem preparado.

Precisamos ter paciência. Esse imediatismo não leva a lugar nenhum.

Time está com resultados satisfatórios, desempwnho abaixo eu sei, mas vamos ter fé e acreditar que tudo irá melhorar.

E vai, Corinthiaans!