Atual campeão da Copinha, João Pedro Tchoca tem o desafio em lutar pelo seu espaço no elenco profissional do Corinthians. Porém, o zagueiro se encontra em um momento de afirmação e dúvida, com a concorrência no setor e o contrato próximo de um ano do fim.

Em entrevista exclusiva ao Meu Timão, Maurice Cohen, representante do atleta, abriu o jogo sobre a chance de o zagueiro continuar no Parque no São Jorge. O empresário vê, assim como Tchoca, com bons olhos a continuidade no Timão, mas quer mais clareza da atual diretoria, agora liderada por Augusto Melo, para entender os planos com o jovem de 20 anos.

"Espero que sim (continuar no clube), é o meu objetivo e o dele. Estamos atentos e observando também a postura do Corinthians com ele. Recentemente teve a chegada do Cacá e outros zagueiros, a gente não sabe o quanto o Corinthians o vê como um jogador pronto para o profissional, uma opção para ser reserva ou até mesmo emprestar para ganhar experiência. Tem alguns pontos que ainda precisamos entender para saber o que é melhor para o João Pedro e para o Corinthians. Nosso objetivo é que ele siga no Corinthians", comentou Maurice.

Conforme o Meu Timão havia noticiado, a cúpula alvinegra se movimentou para uma reunião com o estafe do atleta, que estreou entre os profissionais na última rodada do Campeonato Paulista, diante do Água Santa. O primeiro encontro ocorreu na semana passada com Fabinho Soldado, executivo de futebol do clube, para tratar sobre a renovação do contrato de Tchoca, que é válido até 21 de março de 2025.

"Tive esse papo sim, essa primeira conversa foi para nos conhecermos, entender as expectativas de cada lado. Agora está nas mãos deles, já expus todos os meus pontos. Estou aguardando um próximo contato para nos reunirmos novamente e definirmos isso", destacou o empresário.

Contratado em 2019 junto ao Desportivo Brasil - em negociação que envolveu a vinda do atacante Arthur Sousa e do lateral Renan Chaves -, ainda com 15 anos, Tchoca por pouco não seguiu outros rumos, já que o Corinthians estava com dificuldades para fechar o negócio à vista. Maurice Cohen relembra que se ofereceu para emprestar a quantia, como no caso do lateral Rael, em 2018, mas desta vez o Timão se responsabilizou pelo acordo.

"Foi semelhante porque o Corinthians precisava fazer uma contratação. O Desportivo, para liberar o João Pedro, pedia um pagamento, não só porcentagem de futura venda. Foram negociados outros jogadores, o João, Arthur Sousa e Renato Chaves, um lateral-esquerdo. O valor definido era um, mas o Corinthians queria trazer e estava com dificuldade, até me ofereci na ocasião para ver se queria que eu emprestasse como foi o outro caso. Dessa vez, viraram para mim e falaram que podia ficar tranquilo porque o Corinthians tinha dinheiro e iam se responsabilizar pelo pagamento. É parecido nesse aspecto, mas é um pouco diferente por se tratar de um menino que ainda estava no Sub-15, Rael estava no Sub-20. Não chegou a ter o caso do empréstimo", recordou.

Nesse período, o zagueiro foi conquistando espaço entre as categorias. Apesar de apenas 18 partidas no Sub-17, João Pedro Tchoca despontou no Sub-20, com 82 jogos disputados e quatro gols anotados - além de um embate pelo extinto Sub-23. Um dos tentos, inclusive, ocorreu na última Copinha, em que o defensor foi titular após "descer" dos profissionais para ajudar na conquista do 11º título alvinegro no torneio.

"O João está muito confiante, porque desde o ano passado, ele já vinha até com o Mano Menezes trabalhando no grupo profissional, apesar de ainda não ter tido a oportunidade, ele tinha o respaldo da comissão técnica, agradava ao pessoal. Ele acabou descendo para jogar a Copinha, que foi ótimo, foram campeões. Com o novo treinador, pelo que ele tem me passado, o António Oliveira gosta muito do João, dos trabalhos que ele tem feito, já mostrou as qualidades que ele tem. Ele está seguro de que, apesar do número de concorrentes, vai acabar galgando o espaço dele", disse.

A vida do zagueiro não será tranquila no grupo comandado por António Oliveira. Ele tem a concorrência de Félix Torres, Gustavo Henrique, Cacá, Caetano e Raul Gustavo - os dois últimos também oriundos da base. Por isso, Maurice enxerga que o melhor caminho para o Corinthians é seguir valorizando as pratas da casa, cujas vendas, inclusive, serviram recentemente para aliviar problemas com direitos de imagem junto ao elenco.

"O fundamental é valorizar os meninos da base, o belo trabalho que eles têm feito nas categorias de base. A gente tem vários exemplos de jogadores que se não fossem eles, a situação seria muito pior. Vimos o Murillo, Robert (Renan), Moscardo, estão surgindo outros casos, como o próprio Breno Bidon, são inúmeros e vão ter outros, teve no Pré-Olímpico o Biro e o Giovane. Posso citar inúmeros casos e que tem tudo para dar um belo retorno não só financeiro, mas dentro de campo", disse.

"Tem que ter paciência, saber trabalhar, colocar nos momentos certos. Antes de investir tão pesado em veteranos, salários elevados, que trazem mais dívidas na frente, o caminho é dar condições para que os meninos possam desempenhar. Valorizar significa não perder os jogadores nessas situações de contrato e, principalmente, se for renovar, ter um plano para que se possa ter o retorno. Esse é o único caminho para o Corinthians", finalizou Maurice.

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