Transmissões: a Globo e duas estratégias
O maior problema do Corinthians, no momento, é uma espécie de crise de perspectativa. A gente não tem nem um naco de previsibilidade do que deve acontecer nos próximos anos, tampouco - o que é mais grave - tem metas coerentes sobre como o clube deve estar. Aí, a gente tem que assinar os direitos de transmissão até 2031!
O que me parece é que a gente está atrasado em duas coisas: 1. Profissionalização; 2. Internacionalização. Enquanto o rival é uma SAF extraoficial e o queridinho da Gávea tem um CEO, a gente não tem previsibilidade de que nem uma coisa nem outra aconteçam no Coringão. Por outro lado, os dois clubes disputam seguidamente a Libertadores e ainda têm vaga garantida no Mundial - não vão ganhar, mas vão estar lá.
É nesse momento que eu não gosto de fechar com a Globo, principalmente com a LIBRA. A liga está fechada em favor dos dois, primeiro ponto. A Globo já privilegia o seu queridinho há décadas, sendo inclusive responsável por nacionalizá-lo e, pior, regionalizar o Corinthians, por meio tanto de suas transmissões quanto por meio da cobertura esportiva, segundo ponto. Terceiro é que, além de regionalizar os jogos do Corinthians, quando não transmitem, forçam-nos ao Premiere, que é muito mais caro que qualquer Streaming.
Fechar com a LFF pode não ser uma boa, concordo, mas se, sozinho, quebrar as duas, o Corinthians pode se colocar como verdadeiro player nos próximos passos para a profissionalização das competições de futebol, que vão acontecer por meio das Ligas. Mais importante, seria garantir tanto a TV aberta quanto o Streaming, principalmente de algum canal que tenha conteúdo de futebol internacional, para garantir a exposição da marca para além do Estado de São Paulo e, se possível, além do Brasil.
O Corinthians erra, mais uma vez, em pensar no dinheiro pra ontem. Esse dinheiro entra, desaparece, e a gente corre o risco de perder o engajamento da torcida de fora de São Paulo. O caminho tinha que ser garantir transmissão nacional, seja por TV aberta, seja por Streaming, e, melhor seria, pelos dois. Se seria SBT ou Record, mais Amazon, TNT/HBO ou ESPN/Star+, ou até a garantia de que a Globo transmitiria, via GloboPlay, mais da metade dos jogos para o país inteiro.
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